Camaçari recebe primeira edição da Marcha PCD nesta quinta-feira (21)
Com objetivo de dar visibilidade às pessoas com deficiência, conscientizar a população e o poder público sobre a acessibilidade e inclusão, lutar contra o capacitismo e preconceito, a primeira edição da Marcha PCD, acontece nesta quinta-feira (21), às 08h na cidade de Camaçari. A Marcha PCD será realizada justamente no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
Idealizada por Fredsom Soares dos Santos, presidente da União das Pessoas com Deficiência de Camaçari (UDEC), a Marcha PCD sairá da Praça Desembargador Montenegro, fazendo um percurso pelo Centro da cidade, se concentrando na Praça Abrantes, que ao final terá a participação do DJ Thandera, que promete agitar o público com o seu som.
Com o lema “Nada Sobre Nós Sem Nós”, Fredsom informa que o convite é para a toda a cidade, seja PCD ou não, sendo uma causa de todos. Quem for participar da Marcha PCD o ideal é vestir uma camisa de cor branca.
“É importante ocupar os espaços mostrando que somos capazes, eficientes e merecedores de respeito como qualquer outro cidadão, antes da deficiência, existe um ser humano igual a qualquer outro”, destacou o presidente da UDEC, Fredsom Soares dos Santos.
“O nosso objetivo foi fazer essa marcha, para mostrar a população que nós somos pessoas com defiência e não deficientes, e sim muito eficientes, capazes de ocupar espaços no trabalho, na nossa vida social, no lazer. O que a gente quer é direito a acessibilidade, a saúde, e respeito por parte da população. Nós somos iguais nas diferenças. Se a gente tiver o respeito da sociedade, a conscientização da população, e o cuidado que o poder público deve se dar em relação a acessibilidade para se colocar pessoas com deficiência ocupando os mesmso espaços das pessoas sem deficiência, a gente vai ter uma sociedade mais inclusiva”, completou Fredson.
Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência
O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência foi instituído pela Lei nº 11.133/2005 com o objetivo de conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.
O preconceito e a inacessibilidade pública são responsáveis por dificultar a vida dos deficientes e, como pontos centrais, também precisam ser debatidos na data.
As comemorações ocorrem desde 1982 e foram uma iniciativa do Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes – MDPD, grupo que debate propostas de transformações sociais em prol dos portadores de deficiência há mais de 40 anos.
Pessoa com deficiência é a que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividades e requer atenção integral que compreenda ações de promoção, prevenção, assistência, reabilitação e manutenção da saúde.
As deficiências se enquadram nas seguintes categorias: deficiência física; deficiência visual; deficiência auditiva; deficiência mental; deficiência múltipla.
Proteção Social às Pessoas com Deficiência
As primeiras iniciativas de que temos notícia, no Brasil, destinadas a pessoas com deficiência nos remetem ao Império. O Instituto Benjamin Constant e o Instituto Nacional de Educação dos Surdos foram criados pelo Imperador D. Pedro II. Essas instituições educacionais eram asilares e tinham por objetivo inicial acolher crianças e adultos, do sexo masculino, vindos de todos os pontos do país, muitos dos quais abandonados pelas famílias.
Foram organizações criadas por iniciativa estatal, diferentemente das iniciativas posteriores, dirigidas às pessoas com limitações físicas, sensoriais ou intelectuais. A maioria das instituições criadas para esse fim mantinha, até o século seguinte, a postura de “caridade” e benemerência no exercício de suas funções, sem necessariamente apresentar a configuração de política pública.
Os movimentos sociais de pessoas com deficiência, como tantos outros da sociedade civil brasileira, foram decorrentes do florescimento da participação social, e se baseavam nos laços de identidade e pertencimento, em busca do reconhecimento da sua cidadania.
A Lei Brasileira de Inclusão de Pessoa com Deficiência (LBI), também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, incorporou os princípios da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, realizada em 2006, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e ratificada pelo país em 2008.
A LBI aborda itens como discriminação, atendimento prioritário, direito à reabilitação e acessibilidade. A Lei estabelece, também, que pessoas com deficiência têm autorização de saque do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) para aquisição de próteses e órteses.
No campo da saúde, a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência estabelece suas principais diretrizes:
– promoção da qualidade de vida das pessoas com deficiência;
– assistência integral à saúde da pessoa com deficiência;
– prevenção de deficiências;
– ampliação e fortalecimento dos mecanismos de informação;
– organização e funcionamento dos serviços de atenção à pessoa com deficiência;
– capacitação de recursos humanos.
A atenção integral à saúde, destinada à pessoa com deficiência, pressupõe uma assistência específica à sua condição, ou seja, serviços estritamente ligados à sua deficiência, além de assistência a doenças e agravos comuns a qualquer cidadão.
O atendimento é prestado pelos profissionais das Equipes de Saúde da Família (médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde, dentistas e auxiliares de consultório dentário) na unidade de saúde ou nos domicílios. É importante procurar uma unidade de saúde próxima à moradia. Neste local, o usuário terá acesso à avaliação do seu estado geral de saúde, podendo ser encaminhado a um serviço que ofereça avaliação funcional e de reabilitação, e, quando necessário, à aquisição de órteses e próteses.
Com informações da Agência Câmara de Notícias